Currículo inovador

Os cursos da ESA possuem um currículo de  excelência e inovador, comprometido com a formação integral do sujeito. Baseia-se em princípios e valores, organiza-se para o desenvolvimento de competências, é desenhado a partir de eixos organizativos e módulos de aprendizagem. Metodologicamente, é pensado em função de uma aprendizagem ativa e duradoura, vivenciada a partir de estratégias de ensinagem, com ênfase no protagonismo discente em situações reais e contextualizadas.

Princípios e valores

Os aspectos filosóficos que dão sustentação aos processos educativos da ESA (antropologia, epistemologia e axiologia) indicam que o ser humano é um ser cognoscente - em permanente mudança e capaz de aperfeiçoar-se – livre, com capacidade de autonomia, social e dotado de emoções e espiritualidade - transcendente e em contínuo aprimoramento. Foi criado por Deus e dotado de personalidade, é um ser único, feito à Sua imagem e semelhança, capaz de discernir entre o bem e o mal, de compreender a finalidade de sua vida, e de desenvolver identidade pessoal.  

Nesse contexto, o princípio orientador do currículo e seu ponto de partida será o amor a Deus e amor ao próximo.

‘Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?’ Jesus respondeu: ‘`Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: `Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos. Mateus 22:36 – 40.

Desse texto sagrado resultam três noções que estruturam o processo formativo aqui sublinhado: (1) o amor a Deus e dEle para com o ser humano é o referencial a partir do qual deriva a ética;  (2) o conhecimento e a aceitação desse princípio provêm de Deus e não do ser humano, e o homem não é Deus, mas um ser diferente criado por Ele, conforme a Sua semelhança; e, (3) o amor a si mesmo e ao outro deve estar de tal modo equilibrado que um não sobrepuje o outro, gerando egoísmo no primeiro caso ou despersonalização no segundo. Além disso, o amor do homem por si mesmo e pelo semelhante não deve ser igual ao seu amor para com Deus.

O amor a Deus e ao próximo, “se expressa em vida de atividade e serviço” em benefício do outro (KNIGHT, 2010, p. 161)[2]. Em suma, a ética cristã é uma ética baseada no desejo de servir, mais do que ser servido.

O princípio conduz a um composto de valores derivados da Bíblia (Frutos do Espírito), que são, em seu sentido último, uma revelação do caráter de Deus. As coisas de maior valor deverão constituir o fundamento e o objetivo da atividade humana. Dessa forma, são eleitos oito valores basilares: paz, serenidade, fidelidade, alegria, paciência, equilíbrio, bondade e amabilidade (Gálatas 5: 22-23) - que devem permear intencionalmente todas as ações pedagógicas, a fim de servir.

Cada valor abarca outros relacionados e aponta para internalização de atitudes que são parte das evidências das competências, a saber:

  • Alegria– riso, bom humor, satisfação, bem-estar, postura otimista, gratidão, contentamento;
  • Paciência– longanimidade, resiliência, tolerância, maturidade, perseverança;
  • Equilíbrio– moderação, autodomínio, iniciativa, autonomia, responsabilidade;
  • Bondade– serviço, benignidade, voluntariado, cooperação, generosidade;
  • Amabilidade – atenção, cortesia, delicadeza, gentileza, elegância, receptividade, ternura, igualdade, empatia;
  • Paz – cultura da paz, repouso, acordo, respeito, união, harmonia;
  • Serenidade– prudência, humildade, tranquilidade, mansidão;
  • Fidelidade– ética cristã, honestidade, comprometimento, zelo, firmeza, dedicação, fé, verdade, probidade, integridade.

Competências

A ESA, de acordo com sua filosofia, reconhece seu papel na formação de futuros profissionais das diversas carreiras profissionais. Nesse sentido, assume a organização de seu currículo  orientada por competências não como um fim em si mesmo, mas como percurso possível para ressignificar a formação inicial de seus estudantes, num continuum  em busca do desenvolvimento integral.  Para tanto, se implica e se imbrica nesse processo, por meio do compromisso com um projeto pedagógico coerente e colaborativo.

Dentre a variedade de classificações para o termo competências, o currículo dos cursos da ESA se utilizará das expressões: competências gerais e específicas, oportunizando a explicitação de diferentes concepções: pessoais, socioemocionais, cognitivas, tecnológicas, comunicativas, metacognitivas, etc..

A articulação entre os diferentes e relevantes conhecimentos, a internalização de atitudes e habilidades por meio de ações e realizações, bem como a apreensão de conhecimentos relevantes serão tomados como evidências de materialização das competências.

Espera-se, por meio do desenvolvimento das competências gerais, comuns a todos os cursos da Escola de Saúde (ESA), o desenvolvimento integral do sujeito e uma contínua formação interdisciplinar permitindo o diálogo com áreas afins do sistema de saúde e o trabalho participativo em equipes multiprofissionais.

RODA

COMPETÊNCIAS GERAIS DA ESA

Bem-estar e qualidade

Atuar consciente e sistematicamente para a manutenção da saúde, bem-estar e qualidade de vida das pessoas, famílias e comunidade, considerando aspectos éticos, políticos, espirituais, sociais, culturais, econômicos, ambientais e biológicos, para o desempenho adequado das atividades profissionais.

Domínio de linguagens

Dominar e utilizar diferentes linguagens, compatíveis com o exercício profissional para comunicar, avaliar, defender e compartilhar com clareza e precisão informações, ideias, experiências e soluções.

Liderança

Liderar pessoas e grupos, gerenciar conflitos interpessoais, tomar decisões mediante análise de situações de saúde, propor soluções para os problemas, estabelecer acordos e negociação, adotar atitude cooperativa   em equipes de trabalho para o alcance de metas e resultados e para a manutenção do bom funcionamento organizacional.

Autocrítica e aprendizagem contínua

Demonstrar disposição, autocrítica e compromisso pessoal com o ato de aprender continuamente e  apresentar as soluções mais adequadas para os problemas dos indivíduos e grupos populacionais, o desenvolvimento e/ou transformação da realidade estudada.

Autocuidado e alteridade

Reconhecer-se como sujeito na diversidade humana e compreender o impacto desta na vida em sociedade para cuidar da saúde física, emocional e espiritual de si e do outro, por meio do desenvolvimento da consciência socioambiental.

Pesquisa

Assumir atitude investigativa, contemplando a diversidade de fenômenos e métodos de pesquisa, tendo em vista o desenvolvimento e/ou transformação da realidade estudada.

Participação Social

Reconhecer a saúde como direito, sendo capaz de exercer sua profissão de forma articulada ao contexto social e garantir a integralidade da assistência, entendendo-a como uma forma de participação e contribuição social.

Ética e Profissão

Agir de modo ético em todo e qualquer contexto e nestes, fazer uso do raciocínio lógico, analítico e visão sistêmica para interpretar fenômenos oriundos do mundo do trabalho, resolver problemas, dar orientações, tomar decisões assumindo as responsabilidades decorrentes das mesmas.

Eixos Organizativos

O currículo de cada curso da ESA se organiza em três eixos, a saber: Estruturante, Constitutivo e Integrador.

O eixo Estruturante é assim nomeado por compor o desenvolvimento de competências comuns aos cursos da ESA. Desse modo, integram módulos que promovem interlocuções entre as formações iniciais.

O Eixo Constitutivo refere-se às singularidades do curso de cada curso da ESA. Nele estão compreendidos os estudos que possibilitam o conhecimento, aprofundamento e transferibilidade das competências necessárias para o exercício profissional do Tecnólogo.

Por seu turno, o Eixo Integrador incorpora os processos de inserção profissional, a realização de intervenções extensionistas e contempla elementos da formação sociofilosófica. Objetiva a integração entre a prática e os conteúdos teóricos desenvolvidos nos demais Eixos.

Módulos de Aprendizagem

Na ESA, opta-se por organizar o currículo em Módulos de Aprendizagem, na intenção de subverter a lógica abstracionista, dicotomizada, dissociativa e fragmentada vista no currículo de orientação disciplinar e potencializar processos de aprendizagem ativa e duradoura. Desse modo, os módulos de aprendizagem apontam para uma progressiva complexidade, por meio de estudos autônomos e interativos, encontros semanais mediados pelo Orientador formativo e professores, além da realização de projetos e outras atividades.  Com o direcionamento do NDE de cada curso da ESA, o Núcleo projectual constitui e coordena atividades desenvolvidas em módulos semestrais denominados Projetos de Desenvolvimento Profissional (PDP), que integram os demais módulos do semestre, favorecendo a imersão individual e coletiva em situações reais e/ou simuladas do cenário profissional, a partir da complexidade vivenciada no mundo real. Tais módulos objetivam a materialização do protagonismo discente, a integralização curricular e do sujeito por meio de práticas pedagógicas que evidenciem elementos de referência do currículo, a saber:

  • Flexibilidade– diz respeito às possibilidades curriculares de integralização do curso e experimentação de diferentes percursos formativos;
  • Interdisciplinaridade - compreendida a partir das interconexões entre os conhecimentos por meio de relações de complementaridade, convergência ou divergência. Desse modo, a interdisciplinaridade vai além das fronteiras disciplinares, deve estar alicerçada sobre práticas pedagógicas que articulam conhecimentos e vivências.
  • Transdisciplinaridade- entendida como abordagem curricular que não se detém em uma ou outra disciplina, mas atravessa vários campos do conhecimento (PORTELA; ATTA, 2001).[9]
  • Transversalidade- procura estabelecer relação entre o que se aprende no espaço educativo formal e o que acontece cotidianamente fora dele, ratificando a dignidade humana e os conteúdos previstos pelas Resoluções do Conselho Pleno e as temáticas oriundas dos dilemas contemporâneos.
  • Replicabilidade e transferibilidade- dizem respeito ao potencial das aprendizagens serem utilizadas ao longo da trajetória formativa.

Desenvolvimento integral

Por ser a integralidade uma expressão polissêmica, a ESA elege e adota tal conceito numa perspectiva bíblico-cristã, visto que a educação particulariza a essencialidade humana. Sobre isso, vale registrar que “[a] verdadeira educação não desconhece o valor dos conhecimentos científicos ou aquisições literárias; mas, acima da instrução, aprecia a capacidade, acima da capacidade, a bondade, e acima das aquisições intelectuais, o caráter.” (WHITE, 2000, p. 225)[13]

Desse modo, todo o processo educativo vivenciado pelo estudante ao longo do curso, visará seu desenvolvimento equilibrado nas dimensões: cognitiva, social, emocional, espiritual e física, tendo como fundamento bíblico o que está contido em Lucas 2:52:  “[e] crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens.