As experiências vividas pela criança tem impacto duradouro na arquitetura básica do sistema nervoso, sendo assim, proporcionar experiências que reforçam o aprendizado através de emoções é fundamental para crianças com desordens no desenvolvimento neuropsicosensoriomotor.
“Pensando nessa perspectiva e associando com o mês da criança, é que modificamos o ambiente terapêutico da clínica escola para o parquinho, pois o desafio de aprender uma nova informação física e/ou cognitiva é mais facilmente armazenado na memória se for adquirida com emoções prazerosas. Os pacientes pediátricos atendidos na clínica escola apresentam algumas disfunções neuromotoras, cognitivas e sensoriais”, explica Sabrine*.
Do ponto de vista de Winnicott (1975), o próprio brincar é terapêutico. Portanto o objetivo de mudar o ambiente onde são realizadas as sessões de fisioterapia é facilitar através dos equipamentos (brinquedos - balanço, escorregador, escada para subir na casinha, gangorra), componentes necessários para aquisição da marcha, do controle de tronco, do alcance, da preensão, tudo isso associado a sensações de prazer que o próprio ambiente proporciona, aproveitando e reforçando a motivação interna das crianças para a realização desses movimentos.
Sabrine conta que as sessões foram bem proveitosas para todos os envolvidos, “a maioria dos pais relatou nunca ter levado seu filho a um parque e que a partir dessa experiência irá leva-los. Para os alunos, foi possibilitado o desafio de trabalhar os mesmos componentes e objetivos traçados no plano terapêutico em um ambiente diferente, com novas ferramentas, sempre pensando na funcionalidade. Foi observado ainda o processo de socialização com outros pais e crianças que passam pelo mesmo processo de habilitação e reabilitação”.
*Sabrine Cortiana R Lima é Fisioterapeuta, supervisora do estágio na clínica escola e especialista em Fisioterapia Pediátrica e Neonatal.